Príncipes extraordinários

Atrás de uma rocha congelada e altas colinas havia um grande reino. Lá viviam o rei, a rainha e seus pequenos príncipes, Simão e Samuel. Ambos tinham cabelos pretos, olhos castanho-escuros e um sorriso de orelha a orelha.

Eles eram muito gentis e inteligentes e seus pais tinham muito orgulho deles. Todos os dias, os meninos inventavam brincadeiras e tornavam cada momento especial. Cada dia com eles era mágico. Literalmente.

Os príncipes tinham um segredo: eles sabiam fazer mágica de verdade. Quando diziam juntos as palavras mágicas que só eles conheciam, tudo o que eles desejavam naquele momento se tornava realidade. No reino vizinho, logo depois da próxima colina, moravam seu tio e sua tia. Simão e Samuel adoravam seus tios e costumavam visitá-los com frequência. O caminho para o reino vizinho passava pela floresta e eles iam até lá a cavalo, sempre curtindo a viagem. Os príncipes e seus pais conheciam o caminho de cor. 

Mas um dia, algo inesperado aconteceu no caminho. De repente, bandidos pularam de trás de um arbusto e gritaram: “Entreguem tudo o que têm!” Os cavalos reais se assustaram e se ergueram sobre as patas traseiras, quase derrubando o rei e a rainha. Simão e Samuel também se assustaram, mas sabiam que apenas eles podiam fazer algo para ajudar. Eles olharam um para o outro e, em um instante, sabiam o que fazer. Silenciosamente, começaram a dizer as palavras mágicas: “Que tudo mude como desejamos, que isso não seja apenas sonhos. Acreditamos que será já, que nosso desejo se realize, e agora será!”

Os príncipes fecharam os olhos, deram as mãos e algo incrível aconteceu. Os bandidos caíram dos cavalos, cipós desceram das árvores e começaram a se enrolar neles tão firmemente que os bandidos não conseguiam se mexer. Eles tentaram fugir, mas sua força não podia ser comparada com a dos cipós mágicos.

Os pais não entendiam o que estava acontecendo, apenas balançavam a cabeça e assistiam à cena. Os príncipes sorriam com cumplicidade, esperando que as árvores terminassem o trabalho. “Agora podemos colocar os bandidos nos cavalos e levá-los direto para o tio e a tia. Eles saberão o que fazer com eles”, disse Samuel piscando para Simão. E assim fizeram.

Quando chegaram à casa dos tios, eles entregaram os bandidos que foram devidamente punidos.

Enquanto contavam tudo o que aconteceu, o tio e a tia apenas sorriam. Eles sabiam que Simão e Samuel eram príncipes extraordinários que tinham poderes mágicos. Mas também sabiam que os príncipes eram especiais por algo a mais: eles sabiam usar seus poderes da maneira certa. E isso era o mais importante.