O poço das respostas

Longe da cidade, onde não havia casas e nem construções, existia um poço muito profundo. A água nele era cristalina. Na borda daquele poço tinha um balde, e qualquer um que quisesse, podia pegar água para beber. Mas nem a água e nem o poço eram comuns, pois aquele era o poço das respostas.

As notícias sobre seu poder mágico se espalhavam por toda a região. Dizia-se que bastava chegar ao poço, pegar água, dizer a frase mágica e fazer perguntas. O poço sempre sabia a resposta. As pessoas que paravam no poço e faziam perguntas ficavam felizes com suas respostas. 

Histórias curtas para crianças - O poço das respostas
O poço das respostas

O travesso menino Júnior ficou sabendo do poço. Ele era um garoto desobediente e orgulhoso. Fazia travessuras, zombava de todos e sempre se gabava de ser o mais forte de toda a cidade. E foi exatamente por ser assim que ele foi até o poço. No caminho, pensou em quais perguntas faria. Quando chegou, pegou a água e disse as palavras mágicas: “Poço dos desejos com águas profundas, te farei perguntas, responda-me”. Então, ele bebeu um pouco da água e logo disparou suas perguntas: “Quem é o mais forte da cidade? E quem é o mais inteligente e o mais bonito? Sou eu?”. O poço permaneceu em silêncio. Júnior se inclinou, aguçou os ouvidos, mas o poço não fez nenhum som.

Júnior ficou irritado e começou a chutar e gritar: “Responda imediatamente, poço estúpido!”. Ele deu um chute com toda a força, a ponto de machucar o dedo do pé. Nesse momento, a água do poço começou a se agitar e subir. O poço começou a tremer, como se estivesse prestes a ocorrer um pequeno terremoto. A água subiu até a borda e molhou Júnior, enquanto ele segurava o pé, que doía por causa dos chutes. Todo dolorido e molhado, ele parecia bastante ridículo. 

Uma voz saiu do poço: “Júnior, você perguntou quem é o mais forte e o mais inteligente da cidade. Você queria que eu respondesse que é você. Mas, pelo seu comportamento, você mesmo mostrou que não é. Você não é burro, mas age como tal. E isso é pior do que se você fosse. Vá para casa, pense melhor sobre suas perguntas e depois volte. Peça desculpas e então pergunte o que quiser. Talvez assim você receba uma resposta”.

Júnior foi para casa. Ele estava molhado, irritado e com dor. Em casa, pensou por muito tempo sobre o que havia acontecido, e depois de vários meses, decidiu voltar ao poço. Ele pegou água, disse a frase mágica, bebeu e então fez sua pergunta: “Poço, você já me perdoou? Posso te perguntar algo?”. A água começou a subir, o poço começou a tremer e Júnior se preparou para não ser molhado novamente. Desta vez, porém, a água parou na borda, começou a ondular suavemente e uma voz saiu do poço: “Fico feliz que você tenha perguntado. Sim, agora eu vou te responder tudo”. Júnior sorriu e ficou contente pelo poço reconhecer que ele estava sendo sincero.

Naquele dia, ele aprendeu muito. Desde então, Júnior começou a visitar o poço. Ele não apenas aprendeu a fazer perguntas, mas também a não pensar apenas em si mesmo, aprendendo a ser feliz. E com o tempo, conhecendo as respostas para quase tudo, ele realmente se tornou o mais inteligente. Mas isso só foi possível porque ele conseguiu mudar.

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