Em um país onde quase não havia árvores, apenas muita areia e um enorme mar ao redor, vivia um pequeno menino. Ele morava com os pais em uma casa perto da praia. As janelas do seu quarto tinham vista direta para o mar. De manhã, ele era acordado pelo canto das gaivotas que pousavam à beira-mar, e à noite, ele adormecia com o som das ondas. Como ele amava muito a água e estava sempre nadando e mergulhando, todos o chamavam de Nadinho.
Ele mal terminava de tomar o café da manhã, já colocava seu shorts e corria para o mar. Nadinho também gostava de animais. Quando ele mergulhava, olhava debaixo d’água e via peixes coloridos, tartarugas marinhas e, de vez em quando, um golfinho curioso se aproximava para olhar o menino. Nadinho desejava muito ter um animal em casa. Ele queria cuidar, alimentar e, principalmente, ter um bichinho só para si, bem perto dele.

Certo dia, quando ele mergulhava no mar, uma peixinha estranha nadou até ele. Ela era amarela com listras azuis e não tinha medo dele. Ela nadava ao seu redor e o observava. A peixinha se aproximava cada vez mais e quando já estava ao alcance da mão, Nadinho aproveitou a oportunidade. Ele rapidamente a pegou e a colocou em um balde com água. Ele estava tão feliz por ter um animal. Ele preparou um lindo aquário com pedras, plantas, uma casinha e areia. Ele encheu o aquário com água do mar e soltou a peixinha dentro. A pobrezinha não sabia onde estava.
No início, ela bateu algumas vezes no vidro, mas logo se escondeu entre as plantas. Nadinho a alimentava todos os dias e tentava cuidar dela da melhor forma possível, mas a peixinha continuava escondida. Ele se sentou ao lado do aquário, bateu de leve e perguntou: “O que está te faltando? Por que você tem medo? Por que você está triste?” A peixinha, bem devagar, saiu de seu esconderijo. Ela começou a nadar de forma estranha ao redor da areia e, com a nadadeira, desenhou no fundo do aquário. Quando ela parou de se mexer e a água se acalmou, Nadinho viu a mensagem que a peixinha havia escrito na areia: “Casa”.
Ao ler aquilo, ele entendeu. Mesmo ficando triste, ele sabia que a peixinha pertencia ao mar. Só lá ela seria feliz. No dia seguinte, ele pegou a peixinha e a soltou no mar. Ela imediatamente começou a nadar cheia de alegria dando voltas de felicidade. “Você vem me visitar às vezes, quando eu mergulhar?”, perguntou Nadinho com tristeza. A peixinha balançou a cabeça e tocou na mão dele com a nadadeira.
Desde então, eles se tornaram amigos inseparáveis. Todos os dias, a peixinha ia até o Nadinho e ele sempre a esperava ansioso. No começo, ele se sentiu triste por tê-la deixado ir, mas sabia que tinha feito a coisa certa. É bonito pensar nos outros e fazer algo para que fiquem felizes. Porque quando os outros estão felizes, nós também ficamos.