Em um grande reino, uma rainha estava sentada bordando à beira da janela do castelo. Era inverno e flocos de neve caíam lá fora. A paisagem de inverno era linda. A rainha abriu um pouco a janela e olhou para fora. Por um momento, ela se esqueceu de que estava segurando uma agulha e espetou o dedo ao se inclinar para fora da janela.
Uma gota de sangue caiu na moldura da janela. Então a rainha sorriu e pensou: “Queria ter uma filha que tivesse cabelos negros como a moldura de ébano desta janela, pele branca como a neve que cobre a moldura, e lábios vermelhos como a gota de sangue que caiu de mim.”
O desejo da rainha logo se realizou. A rainha teve uma menina exatamente como havia sonhado, a quem deu o nome de Branca de Neve. No entanto, a rainha não teve uma vida longa e Branca de Neve logo ficou órfã. Seu pai, no entanto, não queria ficar sofrendo sozinho, e em pouco tempo encontrou uma nova esposa. A nova rainha, madrasta de Branca de Neve, era muito bonita, mas não era um exemplo de bondade de coração. Ela só se interessava pela admiração dos outros, por roupas bonitas e joias caras.

Os elogios dos cortesãos sobre sua beleza incomparável não eram suficientes para ela. Ela vinha de uma família onde a feitiçaria e a magia sempre foram cultivadas, especialmente as más. O único patrimônio familiar que levou consigo para o castelo foi um espelho mágico. Ela lhe fazia a mesma pergunta todos os dias:
“Espelho, espelho meu, existe alguém no mundo mais bela do que eu?” E o espelho sempre respondia sinceramente: “Minha rainha, olho por toda a terra, mas não vejo ninguém mais bela do que você.”
E assim o espelho respondeu por muitos anos. No entanto, a beleza de Branca de Neve aumentava com o passar do tempo. Um dia, a rainha fez sua pergunta ao espelho como de costume: “Espelho, espelho meu, existe alguém no mundo mais bela do que eu?” E o espelho respondeu sinceramente: “Minha rainha, é muito bela ainda, mas Branca de Neve é mil vezes mais linda.”
Por um momento, os belos traços da rainha se transformaram em algo assustador. Seu rosto se contorceu de raiva e rancor. A rainha não era uma mulher que aceitaria ser superada em beleza por uma garota mais jovem, mesmo que fosse sua enteada. Por vários dias, ela vagou por seus aposentos. Não queria ver ninguém e só pensava em como se livrar de Branca de Neve. E então finalmente teve uma ideia. A rainha má encarregou um jovem caçador que levava caça para a cozinha do castelo de levar Branca de Neve para o fundo da floresta, arrancar seu coração e entregá-lo para a rainha. Ela não escolheu o caçador por acaso: há muito tempo ele era um devoto admirador da rainha e de sua beleza.
E assim, o caçador logo partiu para a floresta com Branca de Neve, conduzindo-a cada vez mais para dentro da mata. No entanto, quando chegou a hora de cometer aquele ato horrível, ele não conseguiu. Ao olhar nos olhos inocentes de Branca de Neve, ele não foi capaz de matá-la. “Você nunca deve voltar ao castelo, caso contrário, a rainha se livrará de você de outra maneira”, avisou o caçador para Branca de Neve. “Vá nesta direção até chegar à cabana onde vivem os sete anões. Diga a eles o que há uma ameaça para você no castelo. Com certeza eles vão te deixar passar a noite.”
Branca de Neve logo encontrou a cabana. Estava vazia, mas era claro que alguém vivia lá. Havia sete caminhas e, na mesa, sete tigelas do café da manhã. Branca de Neve limpou a cabana e preparou comida. No final da tarde, os sete anões chegaram correndo: Mestre, Feliz, Atchim, Dengoso, Soneca, Zangado e Dunga. Quando descobriram que havia uma visitante indesejada em sua casa, quiseram resolver isso. Mas Branca de Neve logo os conquistou com seu sorriso e o jantar preparado. Após ouvir sua história, os anões aceitaram que ela ficasse com eles, e ficaram muito felizes por ter uma companhia tão bela e bondosa.
Enquanto isso, o caçador então retornou ao castelo. Em vez de matar Branca de Neve, abateu uma jovem corça, que levou para a cozinha do castelo. Mas antes, retirou seu coração para apresentar à rainha como prova de que Branca de Neve não estava mais viva. Finalmente, um sorriso voltou ao rosto da rainha. Foi um sorriso maligno, a rainha se alegrava com a suposta morte de Branca de Neve. Então agora ela seria novamente a mais bela. Orgulhosamente, ela se sentou diante do espelho e o interrogou sobre quem era a mais bela agora. O que o espelho disse a enfureceu. Mais uma vez mencionava Branca de Neve.
A rainha confrontou o caçador e conseguiu arrancar dele que não havia matado Branca de Neve e onde ela estava. Em seguida, a rainha má mandou prender o caçador na prisão. Estava claro para ela que, se quisesse se livrar da enteada, teria que fazer isso sozinha. Depois de muito pensar, decidiu preparar para a enteada algo pior do que a morte. Ela encantou uma maçã com um poderoso feitiço e bastaria uma mordida para que a maldição lançasse Branca de Neve em um sono eterno.
A rainha se disfarçou de uma senhorinha bem idosa e, armada com a maçã e seus planos malignos, partiu para o coração da floresta onde Branca de Neve deveria estar. A rainha caminhou a noite toda e finalmente avistou o telhado de uma casinha entre a vegetação da floresta, se aproximando cuidadosamente. Ela viu a porta se abrir e, um por um, os sete anões saíram correndo. Eles carregavam picaretas e partiam para as montanhas. Atrás deles, saiu Branca de Neve, acenando e desejando a eles um bom dia e uma fácil escavação. E então, voltou para dentro da casinha.
Pouco depois, ouviu alguém batendo na porta. Quando abriu, havia uma velhinha. Disfarçada, a rainha fingiu que precisava de direção. Branca de Neve lhe deu a informação solicitada e a rainha retribuiu com uma maçã. “Apenas dê uma mordida, menina. Depois de uma maçã tão boa, você ficará ainda mais bela”, falou. A ingênua Branca de Neve não suspeitava de nenhum perigo. Se os anões estivessem aqui, teriam expulsado a velhinha! Assim, Branca de Neve mordeu a maçã com vontade. E então, um pedaço da maçã ficou preso em sua garganta e Branca de Neve caiu em um sono profundo. Era tão profundo que nada parecia poder despertá-la e ela não percebia nada do que acontecia ao seu redor. A rainha má voltou triunfante para o castelo.
Após algumas horas, os anões retornaram de sua escavação. Eles encontraram Branca de Neve adormecida, mas não conseguiram acordá-la. Os anões, sempre tagarelas, ficaram paralisados. Estava claro que se tratava de algum tipo de feitiço maligno, mas não sabiam o que poderiam fazer contra isso. Por vários dias, tentaram tudo o que já tinham ouvido falar, mas Branca de Neve não acordava. Finalmente, a colocaram em um caixão de vidro em frente à cabana para que os raios de sol iluminassem seu belo rosto todos os dias. Os dias passavam e Branca de Neve continuava adormecida.
Um dia, no entanto, um príncipe passou pela cabana dos anões. Ele viu o caixão de vidro e, dentro dele, uma garota adormecida. Ele se aproximou e não podia acreditar em como alguém poderia ser tão bela. Ele levantou a tampa do caixão e tentou em vão acordar a bela. Ele olhou para ela e percebeu que havia se apaixonado à primeira vista. Ele nem sabia há quanto tempo estava olhando para ela quando ouviu um barulho. Eram os anões que estavam voltando. Os anões contaram ao príncipe a situação de Branca de Neve e que achavam que nada no mundo poderia acordá-la. Triste, o príncipe deu um beijo de despedida nos belos lábios vermelhos de Branca de Neve antes de partir.
Mas o beijo de amor quebrou o feitiço maligno! Branca de Neve respirou fundo e cuspiu um pedaço de maçã. A alegria na cabana dos anões não tinha fim. O príncipe pediu a mão de Branca de Neve e ela concordou. Os anões também não se opuseram a tal noivado, e até mesmo Zangado ficou feliz com isso.
Mais tarde naquele dia, a rainha se sentou diante de seu espelho e, com uma expressão orgulhosa, queria ouvir mais uma vez quem era a mais bela de todo o mundo. E ela recebeu sua resposta do espelho:
“Minha rainha, é muito bela ainda, mas Branca de Neve é mil vezes mais linda.” E, com isso, o espelho mostrou à rainha Branca de Neve nos braços de um belo príncipe. A rainha há muito tempo se deixava consumir pela raiva e pela inveja. A felicidade de Branca de Neve, que ela não conseguiu destruir de forma alguma, foi a gota d’água, e seu coração se partiu de raiva.
Já Branca de Neve, cujo coração não conhecia nada além de bondade, terá uma vida longa e feliz ao lado do príncipe.
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