Bárbara e a ursa

Atrás de várias aldeias e vários rios havia uma floresta densa, com muitas figueiras e pinheiros. No meio dessa floresta havia um comedouro, e ao longe, um mirante onde os caçadores iam para observar os animais e o que acontecia na floresta.

Havia um bom caçador com sua filha Bárbara, que cuidavam dos animais. Eles iam juntos para a floresta todos os dias, reabasteciam o comedouro, consertavam o que precisava e depois, observavam os lugares mais distantes com o binóculo enquanto conversavam sobre os animais que avistavam.

Histórias curtas para dormir - Bárbara e a ursa
Bárbara e a ursa

Bárbara estava muito feliz por ter um pai caçador. Ele ensinava sobre quais animais eram perigosos e quais ela não precisava ter medo, e a ensinava como cuidar deles. Além disso, Bárbara amava a floresta. Adorava o cheiro de pinheiros, gostava de se deitar no musgo e usar sua imaginação. Ela conhecia a floresta de cor. Sabia, para onde podia ir e para onde seu pai havia proibido que ela fosse.

Um dia, enquanto estavam fazendo uma ronda, Bárbara começou a correr atrás de um esquilo. Ele pulava de árvore em árvore, cada vez mais dentro da floresta, e a pequena Bárbara corria atrás dele. Ela nem percebeu que havia se afastado do pai. Quando se virou, não viu mais o mirante ou o comedouro. Olhou ao redor e só tinha árvores. Logo percebeu que estava muito longe, em uma parte da floresta que era perigosa. Ela estava sozinha e com medo, mas sabia que precisava ser corajosa e encontrar seu pai. Assim, seguiu pelo caminho da floresta. 

Do outro lado da floresta, o caçador procurava sua filhinha. Ele corria e a chamava: “Bárbara, onde você está? Você está me ouvindo?”. Ninguém respondia. Então, o pai teve a ideia de subir no mirante para ver melhor. Ele rapidamente subiu, pegou o binóculo e começou a olhar para todos os lados, esperando ver sua filha. Ele já estava quase perdendo as esperanças quando, de repente, a avistou. Ela estava seguindo uma trilha na floresta, vindo em sua direção. Ele se sentiu aliviado e muito feliz por tê-la encontrado.

Porém, o caçador mal teve tempo de ir atrás dela, quando viu ao longe, no mesmo caminho, uma ursa se aproximando. O caminho era muito estreito. Ele sabia que Bárbara não conseguiria evitar a ursa e que não tinha para onde fugir. Ele ficou completamente paralisado no mirante, segurando o binóculo firme, ofegante e preocupado. Depois de um tempo, a ursa chegou até Bárbara e ficou na sua frente. Bárbara nem se mexeu. Ela tentou ficar calma, mesmo estando muito assustada e olhou para baixo, para mostrar que não queria machucar a ursa. O caçador viu de longe como, de repente, a ursa estendeu suas grandes patas em direção à menina. Ele estava muito preocupado, mas não podia fazer nada. Bárbara continuou sem se mexer, mas sentiu as grandes patas da ursa levantando ela do chão. A ursa ergueu a menina com cuidado, a colocou para trás dela e seguiu seu caminho. A menina ficou incrédula, sem entender o que havia acontecido. Por que a ursa não a machucou? 

O caçador jogou o binóculo e correu ao encontro da filha. Quando se encontraram, se abraçaram e as lágrimas de felicidade escorreram. O pai estava feliz que nada havia acontecido com a filha, e também estava orgulhoso por ela ter se comportado bem, mesmo com muito medo. 

Bárbara continua adorando ir à floresta para observar os animais com o binóculo. E mais do que tudo, ela gosta de aprender como se comportar com a natureza e os animais, pois sabe que isso é muito útil.

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