Era uma vez, em uma pequena cidade, uma casa especial e diferente das outras. Ela tinha cor de baunilha e, em vez de telhado, tinha uma grande cerejeira. A casa toda parecia um grande muffin. Das janelas, todos os dias, saía um cheiro maravilhoso que se espalhava por toda a cidade. Era o cheiro de várias delícias e pratos saborosos. Naquela casa, as madrinhas cozinheiras preparavam muita coisa boa.
Eram seis madrinhas. Elas eram as melhores cozinheiras da cidade e o trabalho era bem dividido entre elas. Júlia, Renata e Sara cozinhavam bolinhos e batatas, Valéria e Rita preparavam molhos e carnes, e Daniela fazia sopas. Pessoas de toda a região vinham até a casinha para comer. Ninguém cozinhava melhor que elas, e ninguém conhecia o segredo da cozinha delas. Através da porta, apenas se ouviam lindas melodias; era o canto das madrinhas enquanto trabalhavam.

Na cidade também vivia a pequena Maria, uma garotinha que amava comida e queria aprender tudo sobre cozinha. Embora fosse tímida, dia após dia ela reunia coragem, até que finalmente foi até a porta das madrinhas e pediu: “Minhas queridas madrinhas, me ensinem a cozinhar. Quero aprender tudo com vocês e prometo que não contarei o segredo para ninguém. Eu juro!” As cozinheiras pensaram por um bom tempo, mas no final concordaram. A porta se abriu para Maria e, com um sorriso, ela foi convidada para a cozinha. Mas as madrinhas avisaram com firmeza: “Se você deseja tanto, vamos te ensinar a cozinhar, mas você precisa merecer nosso segredo.” Maria estava radiante de felicidade. Ela recebeu um avental branco, a porta se fechou e coisas incríveis começaram a acontecer.
As madrinhas começaram a cantar e todas as panelas começaram a dançar. Júlia, Renata e Sara jogavam batatas no ar. Valéria e Rita cortavam as carnes com as duas mãos ao mesmo tempo enquanto os pedaços pulavam sozinhos para a frigideira, e Daniela rodopiava ao redor do caldeirão jogando temperos na sopa. Maria observava tudo de boca aberta. Depois de um tempo, ela começou a cantar junto com as cozinheiras. Assim que o avental ouviu as primeiras palavras que Maria cantou, ele começou a se mexer. Ele a puxava de mesa em mesa. De caldeirão em caldeirão. As mãos dela pegavam tudo e os pés dançavam por toda a cozinha. Quando tudo já estava pronto, a tímida Maria se atreveu a perguntar: “Então é assim? O avental é mágico?” As madrinhas sorriram: “Maria, isso é apenas uma parte do segredo. O resto você descobrirá com o tempo.”
A pequena Maria esperava ansiosa por cada dia na cozinha. Sempre que ela colocava o avental e começava a cozinhar com as madrinhas, deixava de ser tímida. Ela cantava e dançava pela cozinha. Sentia os aromas, tentava reconhecer os sabores e se esforçava para aprender tudo o que via na cozinha. Era como se ela estivesse em outro mundo. Depois de um tempo, as madrinhas a chamaram para perto de um grande caldeirão onde borbulhava algo delicioso. Elas se reuniram ao redor de Maria e disseram para ela colocar a mão no bolso do avental. Maria encontrou um saquinho com um pó. “Esta é a outra parte do segredo, o pó do amor. Quando você o coloca na comida, tudo se torna incrível porque quando você cozinha com amor, a comida se torna melhor. Estamos muito felizes por ter encontrado esse amor em você. Enquanto você tiver amor pela comida, você será a melhor cozinheira do mundo.” Maria abraçou todas as madrinhas, grata por tudo que elas ensinaram. Ela colocou algumas pitadas de pó mágico no caldeirão e um cheiro maravilhoso se espalhou pela cozinha. “Agora vocês não vão se livrar de mim”, disse Maria sorrindo. E assim aconteceu. Desde então, Maria cozinhava todos os dias com as madrinhas.
A casinha de muffin continua na cidade até hoje, espalhando o mais lindo aroma. Mas quem sabe quais segredos ela ainda guarda?