No meio de uma floresta, havia uma pequena cabana de madeira. Ela parecia muito antiga. Tinha buracos no telhado, suas janelas e portas rangiam, e estava toda suja. Nessa cabana morava uma bruxa. Era uma velha com um grande nariz e uma verruga.
Mas o pior não era como ela parecia, mas sim como ela era! Ela era muito má. Ela falava mal dos outros, mentia e inventava coisas para que os habitantes da floresta não se gostassem. Um dia, no entanto, ela encontrou alguém que a fez refletir sobre si mesma.

Nesta floresta vivia também uma pequena fada chamada Mara. Ela morava em uma linda casinha de samambaia com sua mamãe. Ela era muito bondosa e trabalhadora, e sua mamãe era conhecida por todos como a criatura mais sábia da floresta. A fada Mara adorava passear pela floresta.
Um dia, quando estava em seu passeio favorito, a fada viu que os castores à beira do riacho não conseguiam construir a represa. Era difícil para eles. Mara era gentil e logo correu para ajudar. Ela se esforçava ao máximo para levantar os pesados troncos de madeira e colocá-los nos lugares certos. Mesmo que não fosse fácil, ela queria ajudar. De repente, ela ouviu uma voz idosa atrás dela: “O que você está fazendo? Para que está ajudando eles? De qualquer forma, você não está conseguindo!”.
Quando Mara se virou, a bruxa rabugenta do bosque estava atrás dela. A pequena fada, no entanto, não se deixou desanimar. Ela terminou o trabalho, despediu-se dos castores e até mesmo da bruxa do bosque que ainda estava lá, e foi-se embora. Em casa, ela contou tudo para a mamãe. Estava triste e se sentia mal pois, mesmo tentando ajudar e tendo boas intenções, a velha do bosque foi cruel e zombou dela o tempo todo.
A mamãe elogiou sua filhinha pela forma como se comportou e então fez algo interessante. Ela pegou um papel e desenhou dois vasos de flores com uma planta. Em um vaso escreveu AMOR e no outro RAIVA. Acima deles, desenhou um regador cheio de água e disse: “Minha querida Mara, olhe para o desenho. Isso sempre te lembrará que o que você regar, crescerá. O que você pensar e como se comportar, crescerá dentro de você, como quando você rega uma plantinha. Não deixe ninguém fazer você regar apenas a raiva. Nem mesmo aquela bruxa”.
A fada Mara agradeceu, pegou o desenho e ficou pensando nele. Ela decidiu que se comportaria com bondade e que iria pensar apenas no amor, para que ele crescesse dentro dela.
Depois de um tempo, Mara saiu para passear novamente. Quando ela passou pela casinha da bruxa do bosque, a bruxa espiou pela janela e começou a resmungar de novo. A pequena fada criou coragem e se aproximou dela, estendeu a mão e disse: “Isso é para você, me ajudou muito”. A bruxa ficou surpresa e pegou o papel da mão de Mara. Ela o desenrolou e viu os dois vasos de flores com uma plantinha e um regador cheio de água. Também estava escrito: O que você regar, crescerá. Enquanto isso, Mara sorriu e se despediu.
A bruxa do bosque segurou o desenho de Mara na mão e pensou por muito tempo sobre o que regar. E quem sabe, a fadinha Mara tenha conseguido o impossível: fazer com que até a bruxa refletisse sobre si mesma. Talvez, um dia a bruxa descubra o que vale a pena regar.