Em uma aldeia vivia uma rã. Ela morava em um poço, profundo e frio, mas o considerava seu castelo. Ali a rã pulava e espirrava água, e à noite coaxava alto. Ela vivia sozinha, mas era completamente feliz. Ela não conseguia entender por que os outros animais também não queriam morar no poço.
Por isso, a rã frequentemente zombava deles e se gabava de que ninguém tinha uma moradia melhor do que a dela. Isso era algo que os outros animais não entendiam. Será que algum deles gostaria de morar sozinho em um poço escuro e frio?
Certa vez, a raposa decidiu mostrar à rã como é o mundo fora do poço, para que visse como é bonito em outros lugares também. Afinal, existem tantos outros lugares que valem a pena serem vistos além de um velho poço.

“Oi, rãzinha”, chamou a raposa falando para dentro do poço. “Dizem que você tem o melhor castelo do mundo e é a rã mais feliz do mundo.”
“Claro”, respondeu a rã, inflando-se de orgulho. “Você quer vir aqui ver? Você verá que nada se compara ao meu poço.”
“Sim, de fato, é um belo poço. Mas você deveria vir dar uma olhada na floresta, onde eu moro. Lá tem árvores verdes, flores coloridas e muitos animais que vivem felizes juntos. Tenho certeza de que você gostaria de lá”, a raposa convidou a rã.
Mas a rã ficou assustada. Ela nunca tinha saído do poço, não conhecia nada além disso.
“E se eu me perder? Ou se algo acontecer comigo?”, temia a rã.
“Não se preocupe. Eu vou te proteger e estarei com você o tempo todo”, prometeu a raposa.
E assim a rã foi convencida pela raposa e seguiu com ela para a floresta. Lá, a rã ficou completamente maravilhada. Viu árvores magníficas, o sol brilhando através dos galhos, folhas, pássaros e outros animais que viviam ali. A raposa também mostrou a ela o riacho e várias flores. A rã não conseguiu emitir um único som. Ela ficou tão impressionada com a beleza da vida na floresta. E ficou ainda mais surpresa quando ouviu as risadas dos animais felizes que brincavam juntos ali.
A rã agora observava como os animais eram realmente felizes. E até então ela pensava que felicidade significava ter seu próprio poço. De repente, ela percebeu que amizade, aventura e amor são muito mais do que apenas um poço escuro e frio.
Quando a rã e a raposa voltaram ao poço, a rã agradeceu.
“Obrigada, raposa, por abrir meus olhos e me mostrar o mundo. Agora vejo que ele é muito maior do que meu poço. Há tanta beleza nele. Essas experiências que eu vivenciei hoje são incríveis.”
A raposa ficou feliz por a rã ter aprendido e por ter gostado da viagem.
A rã voltou para o seu poço, mas ele já não era o mesmo de antes. Nem ela. A rã já não zombava de ninguém nem exagerava ao elogiar seu poço. Agora, ela frequentemente ia à floresta para brincar com os animais e viver novas aventuras. O poço ainda era seu lar, mas agora ela sabia que ele não era o mundo.
Agora, a rã estava realmente feliz e não sentia mais a necessidade de se gabar de sua felicidade para ninguém. Até hoje, ela recebe outros animais no poço e conta a eles sua história. Ela quer que todos os outros encontrem sua felicidade.