Era uma vez um galo e uma galinha que viviam em um pequeno quintal. O galo passava a maior parte do dia apenas ajeitando suas penas coloridas, enquanto a galinha corria pelo quintal procurando comida para os dois. Um dia, decidiram tornar a vida mais interessante e foram até a plantação de morangos para colher alguns. Os dois concordaram em compartilhar cada moranguinho que encontrassem.
A galinha logo encontrou um pequeno morango vermelho e o compartilhou direitinho com o galo. Depois de um tempo, o galo também encontrou um, mas não quis compartilhar. Ele rapidamente devorou o morango sozinho para que a galinha não percebesse. No entanto, o morango era grande demais e ficou preso na garganta do galo, de forma que não conseguia respirar. “Galinha, por favor, traga-me um pouco de água do poço, senão vou sufocar”, implorou o galo ofegante à sua companheira.

A galinha imediatamente correu para o poço: “Poço, por favor, me dê água para o galo. Ele está deitado no quintal, com as pernas para cima, temo que vá morrer.”
“Vou te dar a água que está me pedindo, mas só depois que me trouxer um grande lenço lá da costureira. O sol bate sobre mim o dia todo, preciso de sombra, senão vou secar”, respondeu o poço ao pedido da galinha.
A galinha então correu rapidamente até a costureira para conseguir o lenço para colocar no poço e receber água para o galo.
Quando chegou à costureira, começou a implorar: “Costureira, por favor, me dê um lenço para o poço. Ele me dará em troca água para o meu galo. Ele está deitado ali no quintal, com as pernas para cima, temo que vá morrer.”
A costureira estava disposta a dar o lenço para a galinha, mas apenas se ela lhe trouxesse novos sapatos lá do sapateiro.
E assim a galinha correu desta vez para o sapateiro. Quando chegou lá, implorou imediatamente: “Sapateiro, por favor, me dê sapatos novos para a costureira. Ela me dará o lenço que darei ao poço para que ele me dê água para o meu galo. Ele está deitado no quintal, com as pernas para cima, temo que vá morrer.”
“Vou te dar sapatos novos para a costureira, mas preciso de cerdas do porco. Se você me trouxer, receberá os sapatos.”
Então a galinha correu até o porco para pedir as cerdas. O porco concordou, com a condição de que ela lhe trouxesse creme da vaca.
E a galinha correu até a vaca que prometeu o creme em troca de um pouco de grama do campo. A galinha correu para o campo e pediu um punhado de grama para a vaca. “Vou te dar a grama, mas primeiro você deve pedir um pouco de orvalho do céu para eu me molhar”, prometeu o campo.
A infeliz e cansada galinha ergueu os olhos para o céu e clamou com uma voz suplicante: “Céu, por favor, me dê um pouco de orvalho para o campo. Isso me dará grama para a vaquinha, que me dará creme para o porco, que me dará cerdas para o sapateiro, que por sua vez me dará sapatos para a costureira, que me dará um lenço para o poço, que me dará água para o meu galo. Ele está deitado lá no bosque, com as pernas para cima, temo que vá morrer.”
Quando o céu viu a pobre galinha, teve pena dela e enviou um pouco de umidade para o campo. Finalmente, a galinha recebeu ajuda sem precisar dar algo em troca!
O campo agora deu de bom grado um pouco de grama para a galinha. Com a grama, a galinha correu até a vaca. Dela, recebeu creme, que correu para dar ao porco. De lá, correu para o sapateiro com as cerdas. Ele lhe deu então sapatos, que a galinha correu para dar à costureira. E então recebeu um grande lenço e correu com ele até o poço, que lhe deu a água que tanto precisava. E finalmente a galinha correu com a água até o galo e lhe deu de beber. O morango preso agora deslizou bem até sua barriga. O galo pulou de pé e cantou a plenos pulmões: “Cocoricó!” Com isso, o galo aprendeu uma lição e decidiu que a partir de então sempre compartilharia as coisas com sua bondosa e dedicada companheira galinha.