Polegarzinha

No reino encantado, onde tudo ganha vida e cada criatura viva tem sua voz, nasceu uma pequena menina de uma pétala. Ela era do tamanho de um dedo polegar. Durante o dia, cuidava das flores e cantava para elas. À noite, dormia em uma casca de noz coberta por uma pétala de rosa. Todos a chamavam de Polegarzinha.

Um dia, ao redor da flor onde Polegarzinha morava, uma mamãe sapo pulava. Quando avistou Polegarzinha, pensou que ela seria a noiva perfeita para seu filho sapo. E assim, Polegarzinha foi levada para o lago, onde a mamãe sapo vivia com seu filho. Mas o filho não gostou de Polegarzinha, chegando a chamá-la de feia. Ele pulou e foi embora, desgostoso, para o denso canavial. E a mamãe sapo correu atrás de seu filhinho, sem mais se importar com Polegarzinha.

Contos para dormir - Polegarzinha
Polegarzinha

Polegarzinha ficou sentada em uma folha de lótus no meio do lago, pensando em como poderia chegar à margem. Ela era tão pequenina que nunca conseguiria nadar até lá. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos quando uma brisa suave as soprou, criando uma linda borboleta que voou sobre Polegarzinha. “Por que você está chorando, menina?”, a borboleta lhe perguntou. “A mamãe sapo me trouxe e me deixou aqui. Agora eu não sei como vou chegar à margem”, contou Polegarzinha.

A borboleta sorriu e pediu que Polegarzinha pulasse em suas costas. E então a levou até a margem e a colocou sobre uma folha. A menina ficou muito aliviada por não ter sido abandonada no meio do lago. No entanto, sua alegria não durou muito tempo. Polegarzinha mal tinha saciado sua sede com o orvalho quando algo rosnou acima dela. O som estridente vinha de um besouro, que esfregava as extremidades de suas asas. O besouro ficou intrigado com a pequenina, e então a agarrou e a levou embora. Enquanto voava, um inseto zumbiu para ele: “Essa não é uma boa noiva para você, besouro. Ela tem poucas pernas e nenhuma asa.” E então o besouro a deixou cair no chão.

Polegarzinha se machucou um pouco na queda e ficou realmente muito triste. Não tinha tido um momento de paz desde manhã cedo, quando mal tinha aberto os olhos. Alguém estava sempre levando ela embora. Mas parecia que a sorte finalmente sorria para ela. Uma velha rata cinza a notou, e quando ouviu sua história, convidou Polegarzinha para morar em sua toca. Ela se tornou a cuidadora de Polegarzinha e a criou como se fosse uma pequena ratinha. Assim, viveram juntas e felizes até o inverno começar.

Polegarzinha saiu para dar um passeio antes que a neve caísse e encontrou uma andorinha caída no chão. Polegarzinha ficou muito assustada, achando que a andorinha estava morta, mas depois percebeu que ela estava respirando. A andorinha estava apenas congelada, não tinha conseguido voar para terras mais quentes a tempo. Polegarzinha colocou sobre ela as últimas folhas que ainda tremulavam nas árvores e esfregou suas asas. A andorinha logo voltou à vida e agradeceu a Polegarzinha pelo resgate. Ela se ofereceu para voar com Polegarzinha até a costa, onde é sempre quente, mas Polegarzinha não queria deixar sua cuidadora.

Ela e a velha rata passaram o inverno inteiro na toca. Na primavera, Polegarzinha finalmente saiu novamente e estava muito animada. Ela cantava e se alegrava. Foi então que a toupeira a observou e decidiu que queria se casar com aquela pequena cantora. Mas Polegarzinha não queria viver com ele debaixo da terra na escuridão eterna. No entanto, a toupeira foi insistente e quis arrastar Polegarzinha para sua casa subterrânea, mesmo que fosse à força. Felizmente, a andorinha que Polegarzinha havia salvado estava voltando por causa da chegada da primavera. Quando viu o que estava acontecendo, chamou Polegarzinha: “Venha, Polegarzinha, suba nas minhas costas.” Polegarzinha rapidamente obedeceu e sentou entre as asas da andorinha, que a levou para um vasto campo cheio de flores de todas as cores e formas. Lá ela estava segura e livre da toupeira.

Logo ela reconheceu o elfo das flores, que cuidava das flores ali, algo que Polegarzinha tanto amava. O elfo era um pouquinho maior que Polegarzinha e, enquanto os dois cuidavam das flores do campo, tornaram-se amigos inseparáveis. Com o tempo, sentiram algo mais um pelo outro e, então, houve um grande casamento no campo. Tudo estava colorido, e a borboleta que ajudou Polegarzinha e sua melhor amiga, a andorinha, foram ao casamento. A rata cuidadora também não podia faltar. O néctar das flores fluía em abundância e todos estavam se divertindo. E, desde então, o campo permaneceu sempre alegre.

4.5/5 - (73 votos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Topo